Infográfico
O programa experimental desenvolvido no trabalho pode ser dividido em três fases:
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Fase 1
Neste estudo foram utilizados dois tipos de blocos com dimensões 14x29x19 cm, conhecidos como “Blocos cerâmicos de septos vazados” e “Blocos cerâmicos de septos maciços”.
Além dos blocos, foram avaliados prismas e pequenas paredes construídas com estes respectivos blocos.
Prismas
Pequenas paredes
Para cada um desses elementos (blocos, argamassas, prismas e pequenas paredes) foram realizados ensaios de caracterização com o objetivo de obter as principais propriedades físicas e mecânicas destes materiais. Nas Tabelas a seguir estão descritas as principais propriedades obtidas.
Elementos construídos com Blocos de septos vazados | |
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Blocos |
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Prismas |
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Pequenas paredes |
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Eficiência |
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Elementos construídos com Blocos de septos maciços | |
Blocos |
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Prismas |
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Pequenas paredes |
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Eficiência |
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Argamassa de assentamento | |
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Fase 2
Nesta segunda etapa, os blocos, prismas e pequenas paredes foram submetidos a ensaios com o objetivo de simular um incêndio-padrão. Os elementos foram inseridos em um forno horizontal a gás e foram sujeitos a elevação de temperatura segundo a curva ISO 834-1 durante 120 minutos, atingindo uma temperatura máxima de 1050 °C. A imagem a seguir representa o forno e a disposição dos elementos de alvenaria dentro dele.
As pequenas paredes de alvenaria estrutural foram ensaiadas isoladamente e por meio de trios de paredes que formavam um triângulo equilátero, permitindo que a ação do fogo atuasse apenas em uma das faces dos elementos estruturais, simulando a existência de um compartimento.
Foram ensaiadas pequenas paredes sem revestimento e revestidas com argamassas de cimento e gesso, cujas propriedades dos revestimentos são apresentadas na tabela a seguir.
Revestimento | |
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Argamassa de cimento, cal e areia |
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Argamassa de gesso e areia |
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Para avaliação e acompanhamento da evolução de temperatura nos corpos de prova de alvenaria estrutural, instalaram-se cabos termopares ao longo da seção transversal do elemento, o que possibilitou a obtenção de curvas tempo x temperatura em diferentes pontos.
Fase 3
Após a submissão dos elementos de alvenaria estrutural à situação de incêndio, realizaram-se ensaios mecânicos de compressão simples e módulo de elasticidade para avaliação do comportamento mecânico residual de argamassas de assentamento, blocos, prismas e pequenas paredes de alvenaria com blocos cerâmicos, e identificação da influência da elevação de temperatura nas propriedades residuais destes materiais.
De modo geral, quando submetidos a situações excepcionais como o incêndio, os elementos de alvenaria estrutural com blocos cerâmicos analisados neste trabalho, apresentaram um alto grau de deterioração ocasionado pela elevação rápida de temperatura.
Após a elevação de temperatura no ensaio de incêndio-padrão, os blocos apresentaram elevado grau de fissuração. As fissuras desenvolveram-se predominantemente na direção da altura do bloco, e de forma distribuída em todas as faces de ambos os tipos de blocos, promovendo o completo desmembramento das unidades em partes distintas, conforme apresentado a seguir.
Bloco de septos vazados
Bloco de septos maciços
Nos elementos isolados de alvenaria estrutural (prismas e pequenas paredes), a magnitude das fissuras permaneceu a mesma, adicionando-se o acréscimo da degradação das juntas de argamassa de assentamento, conforme ilustrado na figura a seguir. Além do mais, a deformação diferencial entre a junta de argamassa e a unidade cerâmica favoreceu a segregação dos dois na interface bloco/junta, principalmente nas últimas fiadas das pequenas paredes isoladas.
Prisma de blocos de septos vazados
Prisma de blocos de septos maciços
Pequena parede de blocos de septos vazados
Pequena parede de blocos de septos maciços
Entre os trios de pequenas paredes sem revestimento, aquele construído com blocos de septos maciços teve maior grau de compartimentação, certificado mediante avaliação do padrão de fissuras, e ilustrado a seguir.
Pequena parede compartimentada de blocos vazados (face exposta ao fogo)
Pequena parede compartimentada de blocos maciços (face exposta ao fogo)
Pequena parede compartimentada de blocos vazados (face não exposta ao fogo)
Pequena parede compartimentada de blocos maciços (face não exposta ao fogo)
Notou-se uma diferença significativa entre as faces expostas e não expostas ao fogo, tanto nos trios quanto nas pequenas paredes isoladas, destacando a importância dos elementos compartimentados no comportamento térmico e mecânico.
A incorporação de camadas de revestimento em ambas as faces das pequenas paredes compartimentadas com blocos de septos vazados contribuiu consideravelmente na proteção do elemento de alvenaria, ocasionando o aparecimento de um número reduzido de fissuras, sobretudo na face não exposta ao fogo, conforme apresentado a seguir.
Pequena parede compartimentada, revestida de argamassa de cimento (face exposta ao fogo)
Pequena parede compartimentada, revestida de argamassa de gesso (face exposta ao fogo)
Pequena parede compartimentada, revestida de argamassa de cimento (face não exposta ao fogo)
Pequena parede compartimentada, revestida de argamassa de gesso (face não exposta ao fogo)
Avaliou-se o comportamento mecânico de todos os elementos submetidos à situação de incêndio mediante ensaios mecânicos de resistência à compressão e determinação de módulo de elasticidade. Os ensaios foram realizados após o completo resfriamento dos materiais, que permaneceram sujeitos à temperatura e umidade ambientes até a idade dos ensaios, sete dias após a realização da respectiva simulação de incêndio-padrão. Nas Tabelas abaixo estão descritas as principais propriedades obtidas após o incêndio.
Elementos construídos com Blocos de septos vazados | |
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Blocos |
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Prismas |
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Pequenas paredes sem revestimento |
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Pequenas paredes revestidas com argamassa de cimento |
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Pequenas paredes revestidas com argamassa de gesso |
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Elementos construídos com Blocos de septos maciços | |
Blocos |
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Prismas |
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Pequenas paredes sem revestimento |
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De modo geral, as propriedades mecânicas dos elementos estruturais de alvenaria foram muito influenciadas pela deformabilidade excessiva da argamassa de assentamento e pela distribuição das fissuras oriundas das deformações térmicas diferenciais que ocorreram durante os ensaios de simulação de incêndio-padrão. Dessa maneira, verificou-se que a ruptura dos prismas ocorreu principalmente devido ao esmagamento da junta de argamassa, ou pela instabilidade de regiões críticas nos elementos devido à presença de grandes aberturas de fissuras que surgiram durante os ensaios de incêndio-padrão. Nas pequenas paredes compartimentadas, além do esmagamento das juntas de argamassa nas últimas fiadas dos elementos, observou-se que foi governada principalmente pelo surgimento de fissuras verticais ao longo das faces laterais dos corpos de prova, como mostra as ilustrações a seguir.
Compressão de prismas
Compressão de pequenas paredes
Finalmente, a tabela abaixo apresenta a resistência mecânica residual de todos os componentes e elementos de alvenaria estrutural com blocos cerâmicos avalizados nesta pesquisa.
Unidades cerâmicas com blocos de septos vazados |
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Elemento | Resistênia na Abruta em Temp. Ambiente (MPa) | Resistência na Abruta após incêndio (MPa) | Resistência residual |
Blocos | 10,26 | 10,34 | 100,8% |
Prismas | 6,00 | 0,94 | 15,7% |
Pequenas paredes | 3,25 | 0,25 | 7,7% |
Pequenas paredes revestidas com cimento | 3,25 | 1,11 | 34,1% |
Pequenas paredes revestidas com gesso | 3,25 | 1,30 | 40,0% |
Unidades cerâmicas com blocos de septos maciços |
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Elemento | Resistênia na Abruta em Temp. Ambiente (MPa) | Resistência na Abruta após incêndio (MPa) | Resistência residual |
Blocos | 11,90 | 10,90 | 91,6% |
Prismas | 9,80 | 0,64 | 6,5% |
Pequenas paredes | 4,45 | 1,36 | 30,6% |